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Calmantes naturais auxiliam no tratamento da depressão

Em julho de 2011, a Organização Mundial da Saúde divulgou uma triste notícia: estão crescendo os casos de ansiedade e depressão em todo o mundo. Para piorar, nosso país foi apontado como o campeão na incidência do distúrbio — 10,8% dos brasileiros são considerados depressivos graves. Uma das razões para esse quadro alarmante é o ritmo de vida que levamos. “Sedentarismo, cobranças maiores no ambiente de trabalho e má alimentação são fatores que influenciam no aparecimento de transtornos psiquiátricos”, analisa Rafael Freire, psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na capital fluminense.

Para combater os males da mente, os médicos costumam receitar remédios como os ansiolíticos, que barram a ansiedade e ajudam a tratar certos tipos de depressão. O perigo é o exagero na hora de recomendar esse tipo de tratamento: entre 2006 e 2010, a venda dos famosos tarja preta para a cabeça aumentou 36% no Brasil. “A população está mais estressada, mas isso não significa que haja necessidade de prescrever mais ansiolíticos”, pondera o psicobiólogo Ricardo Tabach, da Universidade Federal de São Paulo. “Só que o próprio paciente costuma pedir o remédio como solução para todos os problemas”, lamenta Freire.

Como alternativa para esse uso excessivo, que pode causar sérios efeitos colaterais e até dependência, alguns apontam para os fitoterápicos, que são feitos com plantas e agem de forma semelhante às drogas sintéticas. Quem nunca ouviu o conselho de tomar chá de camomila para se acalmar? A sabedoria popular indica há tempos algumas ervas como saída para o estresse e as noites maldormidas.

No entanto, vale esclarecer uma confusão corriqueira. “Os fitoterápicos, como todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovar sua eficácia. Já as plantas medicinais podem ser usadas de outras maneiras, no preparo de chás”, diferencia o professor de farmacologia Hudson Canabrava, da Universidade Federal de Uberlândia, no interior de Minas Gerais. E nem todos os remédios naturais já caíram nas graças dos cientistas. É preciso conhecê-los bem antes de correr até a farmácia fitoterápica mais próxima.

Na hora de comprar fitoterápicos, procure ficar atento ao rótulo do produto. Nele, há o número de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Para ser registrado, o remédio deve passar por testes que comprovam sua eficácia, segurança e qualidade”, esclarece Mônica Soares, especialista em regulação de fitoterápicos da Anvisa. Além disso, o órgão também lançou em 2011 o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. O guia explica aos profissionais de saúde como manipular 58 das plantas medicinais mais conhecidas, auxiliando na produção desse tipo de medicamento.

Entre essas plantas, estão a passiflora, a valeriana e a erva-de-são-joão. Esse trio é bastante utilizado pela indústria farmacêutica em fórmulas que tratam casos de depressão leve a moderada. “As três plantas contêm substâncias que atuam nos neurônios e diminuem a atividade do sistema nervoso, relaxando o indivíduo”, explica Ricardo Tabach. “A principal vantagem em relação ao ansiolítico é o fato de a concentração dos princípios ativos ser menor e misturada a outros compostos, o que abaixa o risco de efeitos colaterais e dependência”, expõe o doutor em farmacologia João Batista Calixto, pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. “Os resultados do tratamento à base de fitoterápicos demoram mais para aparecer, mas seus efeitos adversos são muito menos agressivos”, completa Hudson Canabrava.

Se as crises não são graves, os chás podem ser uma aposta certeira. “Os princípios ativos estão presentes de maneira mais branda, o que reduz a probabilidade de complicações”, atesta Tabach. Busque comprá-los em farmácias de confiança e conferir no rótulo o nome científico da planta.

E, mesmo sendo de origem natural, os fitoterápicos devem ser consumidos com cautela. Um dos principais perigos é a interação medicamentosa, que pode anular ou até potencializar drogas que estejam sendo tomadas paralelamente. “As plantas possuem milhares de substâncias químicas capazes de reagir de maneira indesejada com medicamentos alopáticos comuns. A passiflora, por exemplo, que é um calmante suave, causa sonolência excessiva se combinada com outros remédios”, adverte Canabrava. Não caia no engano de pensar que as plantas são inofensivas. A orientação médica é indispensável. Sempre.

Florais podem funcionar como calmantes naturais?

Apesar de as gotinhas à base de flores fazerem sucesso há muitos anos, seu desempenho positivo ainda não foi comprovado de vez pela ciência. Tanto é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, não regulamenta o comércio dos florais. “O que acontece muitas vezes é o efeito da sugestão, ou seja, a pessoa toma o floral confiando em seus resultados. Esse processo, também conhecido como placebo, é responsável por cerca de 30% da eficácia até dos medicamentos tradicionais”, explica Hudson Canabrava, professor de farmacologia da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

Calmantes naturais: Melissa
Melissa (Melissa officinalis) Também conhecida como erva-cidreira, tem óleos essenciais que acalmam levemente
Formas de consumo: Seu chá é o mais popular
Calmantes naturais: Camomila
Camomila (Matricaria recutita) Esse tipo de camomila tem efeito calmante
Formas de consumo: é bastante difundida. Suas folhas e flores são empregadas em infusões
Calmantes naturais: Erva-de-São-João
Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) É a mais eficiente para combater a depressão
Formas de consumo: usada na produção de medicamentos, ela só pode ser comprada com receita médica
Calmantes naturais: Passiflora
Passiflora (Passiflora incarnata) Essa espécie de maracujá ajuda a controlar crises de ansiedade e depressão
Formas de consumo: Além de chás, seu princípio ativo entra na fórmula de alguns medicamentos
Calmantes naturais: Valeriana
Valeriana (Valeriana officinalis) Suas propriedades são extraídas da raiz. Melhora o sono
Formas de consumo: é usada na produção de fitoterápicos e em chás e infusões, apesar do gosto amargo
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Cardápio conta a ansiedade

Pense em quantas vezes você desejou que o dia tivesse 48 horas para cumprir todas as tarefas e, ante a impossibilidade de esse milagre acontecer, passou o tempo todo correndo de um lado para o outro. Foram muitas, certo? Pois saiba que a tensão constante causa alterações no humor e, acredite, no peso. “A ansiedade nas alturas contribui para a produção de cortisol, um hormônio associado ao acúmulo de gordura no abdômen”, conta Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, na capital paulista. Uma maneira consagrada de apagar o pavio desse estresse é fazer exercícios. Mas não é a única.

“Há estudos que apontam a relação entre certos nutrientes com uma menor agitação”, diz Ana Paula Fioreti, coordenadora do curso de nutrição da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, no interior do estado. Um desses trabalhos foi publicado recentemente pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Nele, os jovens que receberam suplementação de ômega-3 apresentaram uma redução de 20% nos níveis de ansiedade quando comparados a quem consumiu cápsulas inócuas. “A dieta exerce um papel importante no controle dos ânimos”, reconhece o médico Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Mas nenhum alimento é mágico.” Patrícia Spada, psicanalista e doutoranda em nutrição na Universidade Federal de São Paulo, concorda: “O tratamento é multidisciplinar”.

Ressalvas feitas, confira alguns nutrientes que deixam tanto o cardápio quanto a sua mente mais equilibrados.

Arginina e lisinaPesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. "A forma de ação, porém, ainda não é conhecida", avisa Fabiana Honda.  Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol
Arginina e lisinaPesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. “A forma de ação, porém, ainda não é conhecida”, avisa Fabiana Honda.
Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol
TriptofanoEsse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. "Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade", afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue. Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora
TriptofanoEsse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. “Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade”, afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue.
Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora
Ômega-3Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: "Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar".  Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão
Ômega-3Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: “Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar”.
Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão
Vitamina C"Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse", conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.  Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula
Vitamina C”Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse”, conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.
Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula

 

MagnésioSegundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. "Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse", conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.  Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos
MagnésioSegundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. “Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse”, conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.
Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos
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Benefícios do Chá Branco

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No Brasil só agora ele está se tornando conhecido. Já na China e no Japão ochá branco há muito ganhou status de estrela das bebidas nacionais, um verdadeiro requinte. Durante séculos, apenas os imperadores do Oriente tinham o privilégio de degustar a infusão feita como melhor da Camellia sinensis árvore que dá origem a todos os legítimos chás. O chá branco é composto do miolo e da ponta das folhas mais jovens e só delas, colhidas uma única vez ao ano, precisamente entre abril e maio.

O sabor é leve e adocicado o oposto do amargo chá verde, seu primo-irmão. Logo após a colheita as folhas são levadas para uma fermentação brevíssima antes de passar pela secagem, o que explica a intensidade do aroma, diz Carla Saueressig, representante no Brasil da rede alemã de lojas de chá Tee Gschwendner, uma das mais respeitadas no mundo. Já o chá verde passa pela secagem imediatamente após a colheita. Por isso ele tem um gosto mais amargo e áspero, completa. Os cuidados com a produção, bem como a raridade, justificam o preço pode custar até 50 vezes mais do que a infusão verde.

Ambas as variedades contêm as mesmas substâncias benéficas. A grande diferença é que o branco apresenta uma concentração até dez vezes maior dos fitoquímicos que combatem e previnem doenças, conta Sylvana Braga, reumatologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Entre as moléculas terapêuticas encontradas destacam-se os bioflavonóides e as catequinas, potentes antioxidantes que afastam os radicais livres, culpados em grande parte pelos danos às células e, conseqüentemente, pelo envelhecimento.

As catequinas também têm o mérito de regular o sistema de defesa, explica a farmacêutica Camila Figueiredo, da Universidade Federal da Bahia. Elas estimulam a produção de citocinas, substâncias que avisam o corpo de que há uma ameaça em curso, e de células NK, sigla para natural killers, que, como o próprio nome em inglês sugere, são responsáveis por aniquilar os invasores. E os benefícios do chá branco não param por aí.

Um estudo com animais de laboratório realizado nos Estados Unidos pelo Instituto Linus Pauling, ligado à Universidadede Oregon, mostra que as substâncias do chá branco previnem o surgimento de alguns tipos de câncer, principalmente os que afetam o sistema digestivo. O mesmo trabalho indica ainda que o chá branco pode melhorar a densidade óssea e assim evitar a osteoporose , além de afastar os riscos de formação das dolorosas pedras nos rins.

Os americanos ficaram tão impressionados com os resultados da pesquisa que chegaram mesmo a comparar os efeitos da infusão aos de uma classe de remédios conhecida como antiinflamatórios não-esteróides, como o ácido acetilsalicílico e o paracetamol, que ajudam a diminuir as inflamações e aliviar as dores. Surpreendentemente, o chá apresentou uma ação similar à dessas drogas. O mais curioso: quando era engolido junto com esses remédios, parecia potencializar seus efeitos.

Os pesquisadores americanos sugerem três xícaras diárias da bebida para, entre outros benefícios, diminuir as chances de um ataque cardíaco em 11%. A reportagemda SAÚDE! não deixou de estranhar a recomendação que, afinal, é a mesma do chá verde. Se o chá branco é tão mais poderoso, em tese o organismo poderia se contentar com menos. Mas os estudiosos alegam que as experiências foram realizadas com essa dosagem e não se sentem seguros para prometer vantagens com um consumo menor.

O fato é que, hoje, até alguns médicos já indicam a infusão a seus pacientes. A procura é tanta que, em São Paulo, por exemplo, a lista de espera para quem quer comprar o chá branco chega a ser de mais de dois meses. Algumas farmácias já estão manipulando em cápsulas a versão em pó. Mas, por ser rico em cafeína, hipertensos e grávidas devem evitar consumi-lo, avisa a reumatologista Sylvana Braga.

De onde vem o chá branco?
Todo chá branco é nobre. Mas uma de suas variedades é ainda mais. Trata-se do bai hao yinzhen, nome que, numa tradução literal do chinês para o português, significa agulha prateada com fios brancos, em razão do aspecto de suas folhas. Ele é produzido na província chinesa de Fujian. A colheita ocorre durante apenas dois dias do ano e a produção total não chega a 200 quilos nessas 48 horas. De tão especial e admirado pelos maiores gastrônomos do mundo, o bai hao yinzhen alcança preços tão altos quanto os das também raríssimas trufas brancas.

Os benefícios do chá branco

Aliado da dieta
Estudos mostram que o chá branco pode dar uma mãozinha para quem quer perder peso. “A cafeína e outras substâncias presentes na infusão alteram o funcionamento do metabolismo, aumentando a queima de calorias em cerca de 7%”, explica a reumatologista Sylvana Braga, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Vitaminas e minerais
A versão em pó da bebida contém boas doses de nutrientes fundamentais para o organismo, como o ácido fólico, o potássio, o manganês e as vitaminas K,C, B1 e B2. Já na infusão, a quantidade dessas substâncias do bem cai bastante.

Contra as bactérias
O chá branco ajuda a dar cabo em organismo oportunistas, como os causadores da pneumonia e da cárie. Uma pesquisa americana feita na Universidade Pace mostrou que os responsáveis por essa ação são os polifenóis presentes na bebida.

Coração blindado
O tanino, uma das moléculas mais abundantes na infusão, diminui as taxas de LDL, o colesterol ruim, um dos culpados por problemas cardíacos como a aterosclerose e o enfarto.

Como preparar
Assim que a água começar a borbulhar desligue o fogo. Espere três minutos e coloque as folhas. Deixe tampado por mais cinco minutos e beba logo após o preparo, pois o ar destrói parte dos componentes ativos.

O jeito certo de consumi-lo
Você deve ingerir, pelo menos, três xícaras ao longo do dia. Por ser adocicado e leve não é preciso adoçar. O açúcar além de alterar o sabor da bebida, pode roubar alguns dos seus efeitos medicinais. O chá branco é rico em cafeína, então evite consumi-lo depois das 18h para que ele não atrapalhe o sono.

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Os Benefícios do Azeite de Oliva

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Os benefícios do azeite de oliva já são relativamente conhecidos. Acontece que o alimento é bom não apenas para a saúde do coração. É também fonte de vitamina E, além das A e K, ferro, cálcio, magnésio, potássio e aminoácidos. Faz bem, portanto, para a pele, olhos, ossos, saúde das células e função imunológica. Confira algumas curiosidades elaboradas pelo Conselho Oleícola Internacional sobre o ingrediente para a revista Shape:

– O azeite facilita a digestão e absorção de nutrientes, incluindo importantes vitaminas lipossolúveis (uma das razões das saladas livres de gordura não serem tão benéficas ao organismo);

– O azeite é naturalmente livre de colesterol, sódio e carboidratos;

– O óleo comum, não o extra-virgem, é o melhor para fritura graças à grande quantidade de ácido oléico;

– Na medicina popular, o azeite tem sido utilizado para diversas funções como reduzir dores musculares e ressacas, além de servir de laxante e ser afrodisíaco e sedativo;

– Os óleos de oliva não penetram os alimentos, então os que são fritos neste produto são menos gordurosos do que os feitos por outros tipos;

– Quando armazenado em local fresco e escuro, o azeite pode se manter conservado por dois anos ou mais;

– 98% da produção mundial de azeite vem de apenas 17 países;

– A azeitona é composta de 18 a 28% de óleo;

– Cerca de 75% deste óleo é o ácido graxo cis-monoinácidosaturados, ou ácido oléico

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Alimentação orgânica

Mais sabor e qualidade                                                                 

Não é novidade que os alimentos orgânicos são mais saudáveis e saborosos, mas o que pode ser surpresa é que o impacto disso vai além do nosso estômago. Na contramão desses alimentos cultivados de forma convencional, ou seja, com o uso de agrotóxicos, estão os alimentos orgânicos, que não só representam mais sabor e saúde, mas também uma completa revolução sustentável, logo aí na sua mesa, bem diante do seu apetite. Diferentemente da agricultura convencional, essa produção respeita princípios, como proteção da biodiversidade, condições de trabalho adequadas e o manejo correto da água e do solo. E todo esse trabalho tem um preço que, na verdade, é o mais justo. A engenheira agrônoma Priscila Terrazan, coordenadora de projetos do Instituto BioSistêmico (SP), convida a invertermos a forma de pensar. “Quando consideramos caro demais o valor de um produto certificado como orgânico, precisamos pensar que, a ele, estão agregados muitos valores. Valores estes que são multiplicados pela quantidade de pessoas no mundo que comem diariamente como você.” Se, de fato, queremos adotar uma postura mais saudável e condizente com a realidade do planeta, isso pode começar com tudo aquilo que colocamos em nossos pratos.

Porque vale a pena pagar mais?

benefício para o corpo é a proteção contra doenças cardiovasculares e degenerativas. A explicação para isso é que a ausência de fertilizantes ativa os sistemas de defesa
naturais da planta. Daí a produção intensa de polifenóis que elevam sua resistência.

 

Devemos encarar a compra de orgânicos como um investimento à saúde do organismo e do  planeta. Foto: Danilo Tanaka.
Devemos encarar a compra de orgânicos como um investimento à saúde do organismo e do
planeta. Foto: Danilo Tanaka.

 

Os benefícios de carnes e derivados orgânicos Saudável, não livre de micróbios

Os alimentos orgânicos não estão livres demicróbios que podem fazer mal à saúde.Os cuidados devem ser os mesmos com ahigienização.Para a limpeza, apenas água potável é suficiente. Para a desinfecção, utilizarágua sanitária comercial na proporção de uma colher (sopa) para 1 litro de água. Os alimentos deverão ficar imersos por 30 minutos. Depois, basta enxaguar com água filtrada. Quanto aosagrotóxicos, não tem uma eliminação total.Podemos diminuir sua quantidade com higienização adequada. Após a limpeza com água potável e desinfecção, lave novamente com água ebicarbonato de sódio. Deixe de molho por 20 a 30 minutos e enxágue com água filtrada.
Já carnesleite ovos orgânicos são garantidos pelos cientistas: “O animal não fará consumo
de ração com adição de hormônios ou antibióticos, favorecendo a saúde humana”, destaca Fábio  Bicalho, nutricionista clínico e funcional (DF). “As proteínas dessas fontes tendem a ser mais magras, além de terem mais sabor”, aponta periódico publicado pela Escola de Medicina de Harvard (EUA). Isso faz desses orgânicos de origem animal uma opção para quem precisa reduzir o consumo de gordura total e garantir um alto conteúdo de antioxidantes. “Para isso, os animais devem ser abatidos com 100% de alimentação baseada em pasto”, recomenda a Escola de Agricultura da Universidade Estadual da Califórnia (EUA).

Os efeitos dos agrotóxicos nos alimentos 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até oferece dados sobre os alimentos maiscontaminados,mas não existe um controle de qual e onde é a produção com maior índice de uso de agrotóxicos.Mas a recomendação do nutricionista é alternar sempre entre os produtos e comprar em diferentes fornecedores tidos como seguros.
Nas mulheres, por exemplo, os conhecidos promotores de crescimento, muito presentes nas carnes, geram tristes efeitos na reprodução, especialmente a infertilidade”, adverte a engenheira Priscila. “É importante ressaltar que o alguns efeitos de agrotóxicos podem passar por mais de uma geração.Por exemplo, um feto exposto a agrotóxicos ainda no útero pode ter anomalias no desenvolvimento de seu testículo fora da bolsa escrotal, o que aumenta o risco de câncer”, explica aendocrinologista Ruth Clapauch, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da fi lial carioca da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem-RJ).

 

O que vale e o que não vale a pena comprar orgânico

Segundo Luisa Ribeiro, da Abio, “em geral, as verduras são muito afetadas pelos agrotóxicos, já que estão expostas e se come como elas vêm. Tomate, pimentão, morango e cenoura são os mais afetados”. Luisa lista ainda as raízesbatatanabo beterraba. Elas devem ser consumidas orgânicas porque os agrotóxicos se fixam no solo. “Frutas com cascas grossas, como a laranja, são mais protegidas e frutas regionais, mais adaptadas às condições locais, são resistentes e levam menos agrotóxicos.” Segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os casos mais problemáticos são os do pimentão, da uva, do pepino e do morango, nessa ordem. Na tabela abaixo, veja as sugestões daquilo em que você pode investir um pouco mais. Ela está baseada nos critérios de exposição a agrotóxicos, espessura das cascas, contato com o solo e/ou a sazonalidade:

 

Batata, nabo e beterraba devem ser consumidos orânicos, porque os agrotóxicos fixam no solo. Foto: Danilo Tanaka.
Batata, nabo e beterraba devem ser
consumidos orânicos, porque os agrotóxicos
fixam no solo. Foto: Danilo Tanaka.

 

Alimentos que valem a pena consumir orgânicos

batata beterraba cereja espinafre maçã /
morango nabo pepino pera pêssego /
pimentão tomate uva.

 

Alimentos que Não valem a pena consumir orgânicos

abacate abacaxi aspargo banana brócolis /
cebola couve-flor / ervilhas kiwi laranja /
manga /milho mamão papaia

 

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Pipoca: um estouro em antioxidantes e fibras

Um punhado de milho, um fiozinho de óleo e uma panela no fogo… Voilà! Bastam alguns minutos – e muitos “pops” – para a combinação resultar em massas brancas, pequenas e bem macias. É a famosa pipoca. Vira e mexe no centro de acaloradas discussões, ela costuma ser acusada de ser um tanto quanto traiçoeira para a saúde. A presença de gordura e o fato de nos incentivar a extrapolar nas pitadas de sal estão entre as principais queixas. No que depender da ciência, entretanto, a má fama está com os dias contados.

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Recomendação de consumo diário 20g ou 1 xícara e meia (chá)

É que, se preparada corretamente – não vale apelar para a praticidade da versão de micro-ondas -, ela é uma explosão de benefícios, informação reforçada por um estudo recente da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos. Segundo o time de cientistas, pasme, a pipoca reúne mais certos antioxidantes do que uma porção de frutas e verduras. Ou seja: ela seria uma aliada ardilosa na guerra contra os radicais livres, aquelas moléculas instáveis e perigosas que atacam as células e provocam desastres que vão de envelhecimento precoce a câncer. “Isso se deve à diferença entre a quantidade de água encontrada na pipoca, que é de 3 a 5%, e a detectada nos vegetais, que chega a 90%”, informa Joe Vinson, líder do trabalho. Na prática, esses valores referentes à umidade revelam que no subproduto do milho os compostos fenólicos – benditos antioxidantes! – ficariam concentrados, enquanto nas outras classes alimentares eles apareceriam mais diluídos. “A pipoca é o único snack formado 100% pelo grão. Já os antioxidantes encontrados em outros produtos à base de sementes integrais, por exemplo, são removidos ou sofrem degradação durante o processamento.”

Só para você saber – e não morrer mais de raiva -, as substâncias protetoras da saúde estão na casca, aquela capa que teima em ficar agarrada nos dentes. E, se o milho que levar para casa der origem a uma pipoca naturalmente amarela ou creme, bingo! Sinal de que a parte fofinha do alimento é ainda fonte de carotenoides. “Essas substâncias também atuam como antioxidantes e, no corpo, são convertidas em vitamina A”, ensina a cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, no interior de Minas Gerais. A transformação é ótima para o sistema imunológico e para os olhos, que ficam blindados contra degeneração macular relacionada à idade.

 Apesar de grudenta, a casca da pipoca está cheia de atributos. Afinal, nela também estão doses generosas de fibras, substâncias que contribuem para a formação do bolo fecal. “Para eliminá-lo com maior facilidade, é necessário aumentar o consumo de água”, lembra a nutricionista Viviane Piatecka, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região. O melhor é que o papel das fibras não fica restrito a dar um empurrão ao funcionamento do intestino. Elas também são reverenciadas por tornar a digestão mais lenta, prolongando, assim, a sensação de barriga forrada – uma vantagem e tanto para quem quer derrubar o ponteiro da balança.

Já na parte fofa e geralmente branca dessa pequena notável fica guardado outro amigão do organismo: o amido resistente. O nome, convém dizer, não foi dado à toa. Isso porque ele passa praticamente intacto pelo aparelho digestivo. Só no intestino grosso é que micro-organismos da flora o transformam em ácidos graxos de cadeia curta. “Eles deixam a área mais ácida, favorecendo a proteção contra células cancerosas. Por isso, o consumo de amido resistente tem sido associado à redução do risco de tumores no órgão”, detalha Maria Cristina, da Embrapa.

Mas não vá achando que o sinal está verde para se entupir com a pipoca vendida no cinema ou a industrializada para micro-ondas. Essas são justamente as que merecem estar no banco dos réus – os motivos você conhece nos quadros à direita. O recomendado para se beneficiar das qualidades do alimento é prepará-lo na boa e velha panela, com só um pouquinho de óleo para não formar uma verdadeira bomba calórica. Se desejar, a gordura pode até ficar de fora da receita. “É só colocar uma porção de milho em um saquinho como aqueles para pão e vedá-lo na ponta. Depois, deixe por alguns minutos no micro-ondas”, instrui Eduardo Sawazaki, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no interior paulista. Está aí um lanche para ninguém botar defeito.

Fotos Alex Silva | ilustrações Thiago Almeida