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A Síndrome do Glúten

A preocupação da dentista e homeopata Sofia Maria Cardoso de Almeida Cattaccini* com a alimentação começou há 27 anos quando seu filho mais velho, Murilo, nasceu com várias alergias e um diagnóstico complicado em relação às restrições que teria de enfrentar desde cedo e à sua qualidade de vida no futuro. Foi assim, contando essa história, que Sofia iniciou a palestra sobre A Síndrome do Glúten na Casa Santa Luzia, em São Paulo.

Entusiasta da alimentação sem glúten, Sofia explicou que essa substância não existe na natureza. O glúten é uma combinação de duas proteínas: a gliadina (responsável pela extensibilidade) e a glutenina (pela elasticidade) que são as responsáveis pela alteração da mucosa intestinal e a consequente inflamação. Isso é ruim para todos, tanto os celíacos (alérgicos ao glúten) quanto os não-celíacos, por isso mesmo aqueles que não tem a intolerância ao glúten precisam ficar atentos para a quantidade de alimentos com a proteína que consomem. Sofia indica fazer intervalos de dois a três dias entre a ingestão desses alimentos.

doença celíaca atinge todo o sistema corporal, já que a mucosa intestinal se interliga com todas as outras mucosas do corpo, os sintomas da intolerância ao glúten são bem diversificados: afta, sinusite, bronquite, dermatite, esofagite, entre outros. E nem sempre é fácil associar esses sinais a um problema de alergia alimentar. De acordo com Sofia, “é um sistema de fofoca entre as mucosas”. Por esse motivo, a síndrome do glúten acaba contribuindo para o aparecimento de muitas outras doenças, como lupos, tireoidite de Hashimoto, fibromialgia, doenças vasculares, síndrome do cólon irritado, gastrite, ovário policístico, diabetes tipo II etc.

Sofia faz um alerta às mães sobre os riscos de uma rotina alimentar que privilegia o uso do glúten, explicando que “quanto mais cedo o glúten for introduzido na alimentação dos bebês, maiores as chances de processos inflamatórios que, no futuro, se transformam em doenças autoimunes”. Assim, é importante esperar até os dois anos de idade para inserir tanto o glúten como o leite na alimentação da criança. Nessa fase, o intestino já atingiu o grau de maturidade necessário para processar esse tipo de alimento.

Ao final da palestra, a homeopata deu dicas de como melhorar nossa qualidade de vida, por meio de uma alimentação mais saudável. São elas:

  1. Aumentar o consumo de fibras, principalmente da biomassa da banana verde.
  2. Diminuir a ingestão de refinados: farinhas e açúcares.
  3. Preferir sempre alimentos integrais.
  4. Evitar enlatados, embutidos, café e leite.
  5. Consumir frutas, legumes, crucíferas (brócolis e couve flor – ajudam a diminuir a sensibilidade ao glúten).
  6. Escolher óleos saudáveis: linhaça, coco, oliva, castanha e o ghee (parte da gordura da manteiga – é um ótimo anti-inflamatório).
  7. Introduzir açafrão na alimentação diária para desintoxicar, contudo não se deve cozinhar o açafrão.
  8. Tomar sol para melhorar a absorção da vitamina D.
  9. Deixar de molho as leguminosas por no mínimo 8 horas para a remoção dos fitatos e lectinas (toxinas que provocam inchaço e inibem a penetração do ferro, cálcio, magnésio e zinco pelo organismo).
  10. Não ingerir líquidos às refeições.
  11. Diminuir o uso de adoçantes e bebidas diets.
  12. Consumir clorofila.

*Sofia Maria Cardoso de Almeida Cattaccini é homeopata, acupunturista, dentista e proprietária da Diaita Conceito em Alimentos Funcionais – Padaria Artesanal sem Glúten e sem Leite.

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O café faz bem ou mal para a saúde?

café

Quando se afirma que o café é a bebida mais popular em território verde-amarelo, acredite, não é mera força de expressão. Na última Pesquisa de Orçamentos Familiares divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi constatado que o brasileiro toma de 4 a 5 xícaras todos os dias, o que leva o líquido à base do fruto do cafeeiro a liderar a lista que avalia a média de consumo per capita de vários alimentos. Só para ter uma ideia, o feijão e o arroz, outros itens comuns à nossa mesa, ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. No resto do mundo, o consumo também surpreende. Enquanto aqui cada pessoa ingere cerca de 6 quilos do grão por ano, em países nórdicos, como Finlândia, Noruega e Dinamarca, esse número chega aos 13 quilos anuais.

Aqueles que cultivam esse hábito mandam para dentro do organismo uma série de substâncias. Entre elas sobressai a cafeína, célebre por sua ação estimulante. Mas o que aparece em maior quantidade no pequeno grão são os ácidos clorogênicos, compostos antioxidantes. A xícara ainda concentra vitamina B3 e minerais como potássio, manganês e ferro. Tal combinação vem à tona constantemente nos laboratórios de cientistas planeta afora. No universo das pipetas e buretas, ela não é uma unanimidade. “Porém, a maioria dos estudos confirma seus benefícios”, diz Adriana Farah, cientista do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Carlos Trugo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fato é que o pretinho básico de todas as manhãs segue gerando contradições — as mais curiosas você conhece abaixo.

Na mira da ciência
Veja outros estudos recentes que avaliaram o impacto da bebida na saúde

Fertilidade
Segundo cientistas do Hospital Universitário Aarhus, na Dinamarca, mais de cinco doses diárias de café reduzem em 50% a chance de sucesso no tratamento de fertilização. “Ainda não há estudos clínicos comprovando o efeito”, avalia Adriana Farah. “Mas alguns trabalhos relacionam um alto consumo de cafeína, como acontece nos países nórdicos, à malformação fetal”, completa.

Câncer de pele
Depois de acompanhar mais de 110 mil pessoas por 20 anos, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que o café está inversamente associado ao tipo mais comum de tumor de pele. “Qualquer alimento antioxidante, caso do café, pode auxiliar na prevenção. Mas é cedo para indicá-lo com essa finalidade”, analisa a dermatologista Flávia Addor, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Expectativa de vida
Uma investigação do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, mostra que beber de 3 a 4 xícaras faz você viver mais — o ganho na expectativa de vida é de 10% para homens e 13% para mulheres. “O resultado não surpreende. Afinal, o café é uma das maiores fontes de antioxidantes na dieta”, ressalta Adriana Farah.

O café proporciona benefícios ao bebermos de 3 a 4 xícaras diárias

Problemas no coração
As pesquisas que se dedicaram a analisar a relação entre o café e a incidência de insuficiência cardíaca — condição em que o coração não consegue bombear quantidade suficiente de sangue para o corpo — sempre geraram dados discrepantes. Intrigada, a pesquisadora Elizabeth Mostofsky, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, decidiu conduzir uma revisão sobre o tema. Nela, foram avaliados mais de 140 mil indivíduos, dos quais 6 522 mil tiveram o mal. “Percebemos que quatro doses diárias de café diminuíram em até 11% o risco de ter o problema”, conta a cientista. Os compostos bioativos da bebida — o destaque vai para os antioxidantes — provavelmente estão por trás da benesse. “Ao afastar o diabete tipo 2, eles também protegeriam contra essa doença cardíaca”, raciocina. Já o consumo além da conta deixou o coração na corda bamba. E não é só o excesso que abala o peito. Está comprovado que duas substâncias presentes no grão, o cafestol e o kahweol, são capazes de elevar os níveis de colesterol no sangue, quadro que pode ser o pontapé inicial para várias complicações cardiovasculares. “Mas, quando se usa o filtro de papel ou o coador de pano para preparar o café, consegue-se reter boa parte dessas substâncias”, ensina Rosana Perim, gerente de nutrição do Hospital do Coração, na capital paulista. Dilema resolvido.

Tremores do parkinson
Quantas vezes você já ouviu alguém alegar que está mais acelerado porque bebeu café? Isso acontece por causa da cafeína. “A exposição à substância gera estímulos cerebrais, especialmente nas áreas que controlam as atividades motoras e o sono”, explica a nutricionista Camila Leonel, da Universidade Federal de São Paulo. Para um paciente com Parkinson, doença caracterizada por tremores no corpo, é de supor que a cafeína piore o quadro, certo? Errado. Em estudo realizado no Instituto de Pesquisa da Universidade McGill, no Canadá, observou-se que ela ameniza o sintoma. Para chegar ao achado, os cientistas acompanharam 61 pacientes. Enquanto uma parte recebeu placebo, uma pílula inócua, a outra ganhou uma cápsula com 100 miligramas de cafeína duas vezes ao dia, por três semanas. Nos 21 dias seguintes, o valor passou para 200 miligramas — dose encontrada em cerca de 2 xícaras de café. “A melhora motora entre aqueles que ingeriram a substância foi semelhante à de remédios indicados na fase inicial da doença”, comenta o neurologista Renato Puppi, coordenador da Associação Paranaense dos Portadores de Parkinsonismo, em Curitiba, e um dos autores do trabalho. “O efeito parece contraditório, mas a bebida só causa agitação em pessoas que não estão acostumadas a consumi-la ou que exageram”, pondera. Na dose adequada, a cafeína contribuiria para o funcionamento da dopamina — e é a falta desse neurotransmissor que abre as portas para o Parkinson.

Alucinações
Conhecido por incitar a atenção, deixando-nos mais preparados para cumprir as tarefas do dia a dia, o café ganhou a inusitada fama de alucinógeno na Universidade La Trobe, na Austrália. Isso aconteceu depois que os estudiosos recrutaram 92 voluntários e os submeteram a altos ou baixos níveis de estresse e consumo de cafeína. Depois, eles foram orientados a escutar uma mistura de sons e avisar cada vez que ouvissem determinada música. Detalhe: a canção nunca foi tocada. Só que as pessoas mais apreensivas ou com bastante cafeína na circulação — o correspondente a mais de cinco doses de café — se mostraram bem propensas a cair na pegadinha. “Alguns estudos relatam que o estresse contribui para a liberação de cortisol, hormônio que favorece experiências alucinatórias. E isso parece ser potencializado ao ingerir alimentos estimulantes, como o café”, informa a nutricionista Mônica Pinto, da Associação Brasileira das Indústrias de Café, a Abic. “Mas esse efeito só acontece quando se exagera na cafeína”, declara. Para a especialista, é importante evitar o uso desenfreado de qualquer item. “A noz-moscada usada como tempero, por exemplo, não é prejudicial. Mas, se você comer uma inteira, alucinará por dias.” Consumido com moderação, o café só tende a auxiliar na concentração e na capacidade de aprendizagem.

Dor de cabeça
Está aí um tópico que rende pano para mangas. Geralmente, a confusão começa com a dificuldade de estabelecer se a bebida é realmente o estopim da dor de cabeça ou se as pessoas que sentem o incômodo a veem como válvula de escape. “Para esclarecer a dúvida, diminua aos poucos a ingestão de cafeína, até tirá-la da dieta”, recomenda a pesquisadora Adriana Farah, da UFrj. Lembre-se de que alguns chás e refrigerantes também carregam a substância. Daí, se a dor não sumir, procure um médico. Em muitos casos, a cafeína é a salvação. Prova disso é que está na fórmula de analgésicos. “Algumas cefaleias são caracterizadas pela vasodilatação cerebral. Por deixar os vasos mais estreitos, a cafeína pode atuar como coadjuvante no tratamento”, justifica a especialista.

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Calmantes naturais auxiliam no tratamento da depressão

Em julho de 2011, a Organização Mundial da Saúde divulgou uma triste notícia: estão crescendo os casos de ansiedade e depressão em todo o mundo. Para piorar, nosso país foi apontado como o campeão na incidência do distúrbio — 10,8% dos brasileiros são considerados depressivos graves. Uma das razões para esse quadro alarmante é o ritmo de vida que levamos. “Sedentarismo, cobranças maiores no ambiente de trabalho e má alimentação são fatores que influenciam no aparecimento de transtornos psiquiátricos”, analisa Rafael Freire, psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na capital fluminense.

Para combater os males da mente, os médicos costumam receitar remédios como os ansiolíticos, que barram a ansiedade e ajudam a tratar certos tipos de depressão. O perigo é o exagero na hora de recomendar esse tipo de tratamento: entre 2006 e 2010, a venda dos famosos tarja preta para a cabeça aumentou 36% no Brasil. “A população está mais estressada, mas isso não significa que haja necessidade de prescrever mais ansiolíticos”, pondera o psicobiólogo Ricardo Tabach, da Universidade Federal de São Paulo. “Só que o próprio paciente costuma pedir o remédio como solução para todos os problemas”, lamenta Freire.

Como alternativa para esse uso excessivo, que pode causar sérios efeitos colaterais e até dependência, alguns apontam para os fitoterápicos, que são feitos com plantas e agem de forma semelhante às drogas sintéticas. Quem nunca ouviu o conselho de tomar chá de camomila para se acalmar? A sabedoria popular indica há tempos algumas ervas como saída para o estresse e as noites maldormidas.

No entanto, vale esclarecer uma confusão corriqueira. “Os fitoterápicos, como todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovar sua eficácia. Já as plantas medicinais podem ser usadas de outras maneiras, no preparo de chás”, diferencia o professor de farmacologia Hudson Canabrava, da Universidade Federal de Uberlândia, no interior de Minas Gerais. E nem todos os remédios naturais já caíram nas graças dos cientistas. É preciso conhecê-los bem antes de correr até a farmácia fitoterápica mais próxima.

Na hora de comprar fitoterápicos, procure ficar atento ao rótulo do produto. Nele, há o número de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Para ser registrado, o remédio deve passar por testes que comprovam sua eficácia, segurança e qualidade”, esclarece Mônica Soares, especialista em regulação de fitoterápicos da Anvisa. Além disso, o órgão também lançou em 2011 o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. O guia explica aos profissionais de saúde como manipular 58 das plantas medicinais mais conhecidas, auxiliando na produção desse tipo de medicamento.

Entre essas plantas, estão a passiflora, a valeriana e a erva-de-são-joão. Esse trio é bastante utilizado pela indústria farmacêutica em fórmulas que tratam casos de depressão leve a moderada. “As três plantas contêm substâncias que atuam nos neurônios e diminuem a atividade do sistema nervoso, relaxando o indivíduo”, explica Ricardo Tabach. “A principal vantagem em relação ao ansiolítico é o fato de a concentração dos princípios ativos ser menor e misturada a outros compostos, o que abaixa o risco de efeitos colaterais e dependência”, expõe o doutor em farmacologia João Batista Calixto, pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. “Os resultados do tratamento à base de fitoterápicos demoram mais para aparecer, mas seus efeitos adversos são muito menos agressivos”, completa Hudson Canabrava.

Se as crises não são graves, os chás podem ser uma aposta certeira. “Os princípios ativos estão presentes de maneira mais branda, o que reduz a probabilidade de complicações”, atesta Tabach. Busque comprá-los em farmácias de confiança e conferir no rótulo o nome científico da planta.

E, mesmo sendo de origem natural, os fitoterápicos devem ser consumidos com cautela. Um dos principais perigos é a interação medicamentosa, que pode anular ou até potencializar drogas que estejam sendo tomadas paralelamente. “As plantas possuem milhares de substâncias químicas capazes de reagir de maneira indesejada com medicamentos alopáticos comuns. A passiflora, por exemplo, que é um calmante suave, causa sonolência excessiva se combinada com outros remédios”, adverte Canabrava. Não caia no engano de pensar que as plantas são inofensivas. A orientação médica é indispensável. Sempre.

Florais podem funcionar como calmantes naturais?

Apesar de as gotinhas à base de flores fazerem sucesso há muitos anos, seu desempenho positivo ainda não foi comprovado de vez pela ciência. Tanto é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, não regulamenta o comércio dos florais. “O que acontece muitas vezes é o efeito da sugestão, ou seja, a pessoa toma o floral confiando em seus resultados. Esse processo, também conhecido como placebo, é responsável por cerca de 30% da eficácia até dos medicamentos tradicionais”, explica Hudson Canabrava, professor de farmacologia da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

Calmantes naturais: Melissa
Melissa (Melissa officinalis) Também conhecida como erva-cidreira, tem óleos essenciais que acalmam levemente
Formas de consumo: Seu chá é o mais popular
Calmantes naturais: Camomila
Camomila (Matricaria recutita) Esse tipo de camomila tem efeito calmante
Formas de consumo: é bastante difundida. Suas folhas e flores são empregadas em infusões
Calmantes naturais: Erva-de-São-João
Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) É a mais eficiente para combater a depressão
Formas de consumo: usada na produção de medicamentos, ela só pode ser comprada com receita médica
Calmantes naturais: Passiflora
Passiflora (Passiflora incarnata) Essa espécie de maracujá ajuda a controlar crises de ansiedade e depressão
Formas de consumo: Além de chás, seu princípio ativo entra na fórmula de alguns medicamentos
Calmantes naturais: Valeriana
Valeriana (Valeriana officinalis) Suas propriedades são extraídas da raiz. Melhora o sono
Formas de consumo: é usada na produção de fitoterápicos e em chás e infusões, apesar do gosto amargo
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Cardápio conta a ansiedade

Pense em quantas vezes você desejou que o dia tivesse 48 horas para cumprir todas as tarefas e, ante a impossibilidade de esse milagre acontecer, passou o tempo todo correndo de um lado para o outro. Foram muitas, certo? Pois saiba que a tensão constante causa alterações no humor e, acredite, no peso. “A ansiedade nas alturas contribui para a produção de cortisol, um hormônio associado ao acúmulo de gordura no abdômen”, conta Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, na capital paulista. Uma maneira consagrada de apagar o pavio desse estresse é fazer exercícios. Mas não é a única.

“Há estudos que apontam a relação entre certos nutrientes com uma menor agitação”, diz Ana Paula Fioreti, coordenadora do curso de nutrição da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, no interior do estado. Um desses trabalhos foi publicado recentemente pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Nele, os jovens que receberam suplementação de ômega-3 apresentaram uma redução de 20% nos níveis de ansiedade quando comparados a quem consumiu cápsulas inócuas. “A dieta exerce um papel importante no controle dos ânimos”, reconhece o médico Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Mas nenhum alimento é mágico.” Patrícia Spada, psicanalista e doutoranda em nutrição na Universidade Federal de São Paulo, concorda: “O tratamento é multidisciplinar”.

Ressalvas feitas, confira alguns nutrientes que deixam tanto o cardápio quanto a sua mente mais equilibrados.

Arginina e lisinaPesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. "A forma de ação, porém, ainda não é conhecida", avisa Fabiana Honda.  Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol
Arginina e lisinaPesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. “A forma de ação, porém, ainda não é conhecida”, avisa Fabiana Honda.
Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol
TriptofanoEsse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. "Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade", afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue. Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora
TriptofanoEsse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. “Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade”, afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue.
Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora
Ômega-3Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: "Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar".  Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão
Ômega-3Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: “Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar”.
Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão
Vitamina C"Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse", conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.  Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula
Vitamina C”Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse”, conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.
Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula

 

MagnésioSegundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. "Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse", conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.  Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos
MagnésioSegundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. “Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse”, conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.
Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos
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Benefícios do Chá Branco

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No Brasil só agora ele está se tornando conhecido. Já na China e no Japão ochá branco há muito ganhou status de estrela das bebidas nacionais, um verdadeiro requinte. Durante séculos, apenas os imperadores do Oriente tinham o privilégio de degustar a infusão feita como melhor da Camellia sinensis árvore que dá origem a todos os legítimos chás. O chá branco é composto do miolo e da ponta das folhas mais jovens e só delas, colhidas uma única vez ao ano, precisamente entre abril e maio.

O sabor é leve e adocicado o oposto do amargo chá verde, seu primo-irmão. Logo após a colheita as folhas são levadas para uma fermentação brevíssima antes de passar pela secagem, o que explica a intensidade do aroma, diz Carla Saueressig, representante no Brasil da rede alemã de lojas de chá Tee Gschwendner, uma das mais respeitadas no mundo. Já o chá verde passa pela secagem imediatamente após a colheita. Por isso ele tem um gosto mais amargo e áspero, completa. Os cuidados com a produção, bem como a raridade, justificam o preço pode custar até 50 vezes mais do que a infusão verde.

Ambas as variedades contêm as mesmas substâncias benéficas. A grande diferença é que o branco apresenta uma concentração até dez vezes maior dos fitoquímicos que combatem e previnem doenças, conta Sylvana Braga, reumatologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Entre as moléculas terapêuticas encontradas destacam-se os bioflavonóides e as catequinas, potentes antioxidantes que afastam os radicais livres, culpados em grande parte pelos danos às células e, conseqüentemente, pelo envelhecimento.

As catequinas também têm o mérito de regular o sistema de defesa, explica a farmacêutica Camila Figueiredo, da Universidade Federal da Bahia. Elas estimulam a produção de citocinas, substâncias que avisam o corpo de que há uma ameaça em curso, e de células NK, sigla para natural killers, que, como o próprio nome em inglês sugere, são responsáveis por aniquilar os invasores. E os benefícios do chá branco não param por aí.

Um estudo com animais de laboratório realizado nos Estados Unidos pelo Instituto Linus Pauling, ligado à Universidadede Oregon, mostra que as substâncias do chá branco previnem o surgimento de alguns tipos de câncer, principalmente os que afetam o sistema digestivo. O mesmo trabalho indica ainda que o chá branco pode melhorar a densidade óssea e assim evitar a osteoporose , além de afastar os riscos de formação das dolorosas pedras nos rins.

Os americanos ficaram tão impressionados com os resultados da pesquisa que chegaram mesmo a comparar os efeitos da infusão aos de uma classe de remédios conhecida como antiinflamatórios não-esteróides, como o ácido acetilsalicílico e o paracetamol, que ajudam a diminuir as inflamações e aliviar as dores. Surpreendentemente, o chá apresentou uma ação similar à dessas drogas. O mais curioso: quando era engolido junto com esses remédios, parecia potencializar seus efeitos.

Os pesquisadores americanos sugerem três xícaras diárias da bebida para, entre outros benefícios, diminuir as chances de um ataque cardíaco em 11%. A reportagemda SAÚDE! não deixou de estranhar a recomendação que, afinal, é a mesma do chá verde. Se o chá branco é tão mais poderoso, em tese o organismo poderia se contentar com menos. Mas os estudiosos alegam que as experiências foram realizadas com essa dosagem e não se sentem seguros para prometer vantagens com um consumo menor.

O fato é que, hoje, até alguns médicos já indicam a infusão a seus pacientes. A procura é tanta que, em São Paulo, por exemplo, a lista de espera para quem quer comprar o chá branco chega a ser de mais de dois meses. Algumas farmácias já estão manipulando em cápsulas a versão em pó. Mas, por ser rico em cafeína, hipertensos e grávidas devem evitar consumi-lo, avisa a reumatologista Sylvana Braga.

De onde vem o chá branco?
Todo chá branco é nobre. Mas uma de suas variedades é ainda mais. Trata-se do bai hao yinzhen, nome que, numa tradução literal do chinês para o português, significa agulha prateada com fios brancos, em razão do aspecto de suas folhas. Ele é produzido na província chinesa de Fujian. A colheita ocorre durante apenas dois dias do ano e a produção total não chega a 200 quilos nessas 48 horas. De tão especial e admirado pelos maiores gastrônomos do mundo, o bai hao yinzhen alcança preços tão altos quanto os das também raríssimas trufas brancas.

Os benefícios do chá branco

Aliado da dieta
Estudos mostram que o chá branco pode dar uma mãozinha para quem quer perder peso. “A cafeína e outras substâncias presentes na infusão alteram o funcionamento do metabolismo, aumentando a queima de calorias em cerca de 7%”, explica a reumatologista Sylvana Braga, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Vitaminas e minerais
A versão em pó da bebida contém boas doses de nutrientes fundamentais para o organismo, como o ácido fólico, o potássio, o manganês e as vitaminas K,C, B1 e B2. Já na infusão, a quantidade dessas substâncias do bem cai bastante.

Contra as bactérias
O chá branco ajuda a dar cabo em organismo oportunistas, como os causadores da pneumonia e da cárie. Uma pesquisa americana feita na Universidade Pace mostrou que os responsáveis por essa ação são os polifenóis presentes na bebida.

Coração blindado
O tanino, uma das moléculas mais abundantes na infusão, diminui as taxas de LDL, o colesterol ruim, um dos culpados por problemas cardíacos como a aterosclerose e o enfarto.

Como preparar
Assim que a água começar a borbulhar desligue o fogo. Espere três minutos e coloque as folhas. Deixe tampado por mais cinco minutos e beba logo após o preparo, pois o ar destrói parte dos componentes ativos.

O jeito certo de consumi-lo
Você deve ingerir, pelo menos, três xícaras ao longo do dia. Por ser adocicado e leve não é preciso adoçar. O açúcar além de alterar o sabor da bebida, pode roubar alguns dos seus efeitos medicinais. O chá branco é rico em cafeína, então evite consumi-lo depois das 18h para que ele não atrapalhe o sono.

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Os Benefícios do Azeite de Oliva

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Os benefícios do azeite de oliva já são relativamente conhecidos. Acontece que o alimento é bom não apenas para a saúde do coração. É também fonte de vitamina E, além das A e K, ferro, cálcio, magnésio, potássio e aminoácidos. Faz bem, portanto, para a pele, olhos, ossos, saúde das células e função imunológica. Confira algumas curiosidades elaboradas pelo Conselho Oleícola Internacional sobre o ingrediente para a revista Shape:

– O azeite facilita a digestão e absorção de nutrientes, incluindo importantes vitaminas lipossolúveis (uma das razões das saladas livres de gordura não serem tão benéficas ao organismo);

– O azeite é naturalmente livre de colesterol, sódio e carboidratos;

– O óleo comum, não o extra-virgem, é o melhor para fritura graças à grande quantidade de ácido oléico;

– Na medicina popular, o azeite tem sido utilizado para diversas funções como reduzir dores musculares e ressacas, além de servir de laxante e ser afrodisíaco e sedativo;

– Os óleos de oliva não penetram os alimentos, então os que são fritos neste produto são menos gordurosos do que os feitos por outros tipos;

– Quando armazenado em local fresco e escuro, o azeite pode se manter conservado por dois anos ou mais;

– 98% da produção mundial de azeite vem de apenas 17 países;

– A azeitona é composta de 18 a 28% de óleo;

– Cerca de 75% deste óleo é o ácido graxo cis-monoinácidosaturados, ou ácido oléico